ABSTRACT
Fundamentos: Estudos demonstraram que a disfunção autonômica cardiovascular, medida através da variabilidade da frequência cardíaca, está associada a aumento do risco cardiovascular. Objetivos: Comparar a presença de disautonomia em diabéticos e não diabéticos através do teste ergométrico e determinar as variáveis preditoras de disautonomia em diabéticos. Métodos: Estudo retrospectivo, com pacientes que realizaram o teste ergométrico em caráter eletivo sob protocolo individualizado de rampa. Os pacientes foram estratificados em dois grupos: diabéticos (G1) e não diabéticos (G2). Foram definidos como disautonômicos os pacientes que obtiveram uma redução da FC no primeiro minuto da recuperação <12bpm. Os grupos G1 e G2 foram comparados. As variáveis com valores de p≤0,10 foram submetidas à análise de regressão logística. Resultados: Foram avaliados 1433 pacientes submetidos ao TE. A idade média foi 52,65±13,06 anos e variou entre 18-92 anos. Observaram-se, no G1, indivíduos mais velhos, obesos e dislipidêmicos. No teste ergométrico houve diferenças na FCR no primeiro minuto, FC do picodo esforço, número de METs e déficit cronotrópico. Submetidas as variáveis da população amostral, diabéticos e não diabéticos, à regressão logística, encontrou-se um único preditor de disautonomia: o número de METs (IC95% 0,083/0,031; p<0,0001); nos diabéticos, o único preditor independente da presença de disautonomia foi o índice de massa corporal (IC95%0,002-0,025; p=0,02). Conclusão: Indivídos diabéticos apresentam recuperação mais lenta da FC no pós-esforço que não diabéticos, evidenciando maior disautonomia e menor capacidade física; os diabéticos com excesso de peso têm maior comprometimento do sistema autonômico.